Psicomotricidade e o
desenvolvimento da criança
A psicomotricidade é uma técnica que
procura destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a
afetividade facilitando a abordagem global da criança.
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Esquema
corporal
Ao
conhecimento intuitivo, imediato, que a criança tem do próprio corpo, capaz de
gerar nela as possibilidades de atuar sobre as partes do seu corpo, sobre o
mundo exterior e sobre os objetos que a cercam denomina-se esquema corporal.
Sua personalidade se desenvolverá graças a uma progressiva tomada de consciência
de seu corpo, de seu ser, de suas possibilidades de agir e de transformar o
mundo à sua volta.
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Coordenação
dinâmica geral
É constituída de exercícios de equilíbrio, que é a base essencial
da coordenação dinâmica geral.
Os exercícios de equilíbrio têm como finalidade melhorar o
comando nervoso, a precisão motora e o controle global dos deslocamentos, do
corpo no tempo e no espaço.
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Coordenação
visomotora
Os exercícios de coordenação visomotora têm como finalidade o
domínio de campo visual, associado à motricidade fina das mãos, dois elementos
básicos para o grafismo. São exercícios extremamente atraentes à criança, pois
podem ser apresentados em forma de jogos e com brincadeiras com bolas, onde a
destreza, o controle muscular (força) e a leveza dos movimentos melhoram a
habilidade manual solicitada pelo grafismo na hora das atividades escritas.
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Lateralidade
Durante
o crescimento, naturalmente se define o domínio lateral na criança: será mais
forte, mais ágil do lado direito ou esquerdo. A lateralidade corresponde a
dados neurológicos, mas também é influenciada por certos hábitos sociais.
Não
devemos confundir lateralidade (domínio de um lado em relação ao outro, em
termos de força e da precisão) e conhecimento “esquerda - direita” (domínio dos
termos “esquerda” e “direita”).
O
conhecimento “esquerda – direita” decorre da noção de domínio lateral. É a
generalização da percepção do eixo corporal, de tudo o que o cerca a criança;
esse conhecimento será facilmente aprendido quanto mais acentuada e homogênea
for a lateralidade da criança. Com efeito, se a criança percebe que trabalha
naturalmente com “aquela mão” é a esquerda ou a direita. Caso haja hesitação na
escolha da mão, a noção de “esquerda – direita” não poderá firmar-se com
segurança. Da mesma forma, em caso de lateralidade cruzada, a criança
confundirá facilmente os termos “esquerda” e “direita”, por ser ora mais forte
do lado direito (por exemplo o pé), ora mais forte do lado esquerdo (a mão).
O
conhecimento estável de esquerda e direita só é possível aos 5 ou 6 anos, e a
reversibilidade ( possibilidade de reconhecer a mão direita ou a mão esquerda
de uma pessoa à sua frente) não pode ser abordada antes dos 6 anos, 6 anos e
meio. De fato, esse estudo precede os de simetria em orientação espacial.
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Organização
e estruturação espacial
È a
orientação, a estruturação do mundo exterior referindo se primeiro ao seu
referencial, depois a outros objetos ou pessoas em posição estática ou em
movimento.
A
estruturação espacial significa a tomada
de consciência da situação de seu próprio corpo no meio ambiente, isto
é, de lugar e da orientação que pode ter em relação as pessoas e coisas, a
tomada de consciência da situação das coisas entre si, a possibilidade de
organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si, de
colocá-las em um lugar, de movimentá-las.
A todo instante, a criança
encontra-se em um espaço bem preciso, onde lhe é solicitada. Exemplo: está
sentada em uma cadeira, diante de uma mesa.
Que encontre um objeto em
relação ao outro. Exemplo: a vasilha de tinta encontra-se em um ao lado de sua
folha.
Enfim, a estruturação
espacial, portanto, é a parte integrante de nossa vida; aliás, é difícil dissociar
os três elementos fundamentais da psicomotricidade corpo-espaço-tempo – e,
quando operamos com toda essa dissociação, limitando-nos a um aspecto bem
restrito da realidade.